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Era uma vez, outra vez.

Era uma sexta-feira à noite, estávamos parados de lados opostos da calçada esperando o regresso de um casal amigo nosso, o silêncio já estava tornando-se constrangedor. Ele repara pela primeira vez que meu cabelo está muito diferente desde a última vez que nós nos vimos, faz uma comparação saudosista, ainda que tímida, de quando eu estava com ele todo bagunçado em uma apresentação da escola. Por todo o caminho no carro, trocamos apenas amenidades, falamos da dificuldade de nos tornarmos adultos, relembramos apenas situações não muito profundas, tudo muito casual e raso. Então ele se senta estrategicamente perto o suficiente para que pequenos toques aconteçam. Assistimos o casal da mesa brigar por pequenas coisas e, entre minhas risadas, encontro o olhar dele e lhe pergunto implicitamente se teríamos acabado assim, então ganho como retorno um daqueles sorrisos enigmáticos que mais me enchem de perguntas do que me dão uma resposta. A conversa de bar acaba virando o nosso típico “c
Cada dia que passa eu tenho a certeza que o amor não é para mim. É incrível como eu sempre me apaixono pelo cara errado, como sempre acabo em algo que não vai levar em nada. Eu queria saber meu problema realmente. O amor parece tão simples para a maioria das pessoas, e casais que nasceram para ficar juntos ficam. Mas comigo, o cupido parece pregar uma peça. Talvez eu não mereça o tal do foram felizes, nem precisava ser para sempre. Parece que quanto mais eu amo uma pessoa mais eu consigo afastá-la de mim. Falta-me capacidade de construir algo permanente, falta palavras para dizer o quanto alguém é importante para mim. Talvez o amor seja apenas para aquelas histórias de televisão e livros, ou até mesmo o amor seja um jogo de azar que eu não sei jogar.

Não deixe a porta aberta.

Ontem o Passado veio tomar um chá. Deu duas leves batidas na minha porta. Toc toc. Atendi pelo olho mágico, tentando fazer um reconhecimento prévio. Será que deixo entrar ou cancelo tudo por aqui mesmo? Perguntei-me exaustivamente. Então, sorrateiro como Passado é, cantou – me a mais bela das serenatas. No começo, resisti e só escutei poucas notas. Grande erro. As notas foram tornando-se melodia aos meus ouvidos, e logo estava cantando a canção. Logo, a porta estava aberta e o Passado estava sentado no sofá com os pés na mesinha de centro, pedindo que eu alcançasse uma cerveja para ele. E que estivesse bem gelada, claro. E o nosso chá? Indaguei. E com um sorriso torto o Passado me disse para parar de reclamar e beber com ele.  E esperto como é, sabia que eu não resistiria à companhia dele. Não havia uma hora de sua chegada e o Passado já tinha me ganho. Inundou-me de risos e lágrimas. Me fez acreditar que sem ele não iria conseguir continuar. E do nada, levantou-se e fo